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Biofeedback
e Neurofeedback
Quais
as
indicações de uso do Biofeedback ou Neurofeedback?
É
um método indolor, não medicamentoso, indicado
como terapia
complementar no tratamento de:
- distúrbios do sono;
- transtornos de ansiedade (fobias, síndrome do
pânico; traumas;
stress; fobia social etc.)
- transtornos do humor e quadros depressivos;
- asma;
- transtornos de déficit de
atenção/hiperatividade/impulsividade;
- problemas cardiovasculares;
- dor crônica;
- fibromialgia;
- distúrbios que afetam sistema autonômico de modo
geral.
O que
é
Biofeedback e Neurofeedback?
Biofeedback
é o termo geral usado também para denominar as
técnicas de
autoregulação psicofisiológica como o
neurofeedback. Nessa técnica, os
sinais fisiológicos são captados por um sensor e,
através de um
software, esse sinal é exibido ao usuário em
tempo real. As técnicas de
biofeedback ajudam a aumentar a consciência corporal
e integração
corpo-mente, ampliando a capacidade de autogerenciamento e
autocontrole. As técnicas de biofeedback são
baseadas na aprendizagem
do autocontrole, através do reforço. Ou seja,
é possível aprender essa
regulação e, depois de aprendida, seu corpo
é capaz de dar continuidade
ao processo do dia a dia. São procedimentos eficazes
mundialmente
reconhecidos e cientificamente aceitos.
Como
inicia o
tratamento com Biofeedback ou Neurofeedback?
Diferentes
profissionais podem ter diferentes formas de proceder no tratamento. Na
nossa prática, após fazer uma
avaliação da dificuldade apresentada pelo
nosso cliente, um de nossos profissionais pode sugerir como tratamento
complementar essa modalidade. O processo de
neurofeedback-clínico
inicia a partir de uma avaliação da
ativação cerebral da pessoa em
estado de vigília, com olhos abertos, fechados e/ou uma
tarefa
cognitiva. A partir dessa avaliação,
são estabelecidos protocolos de
treinamento que podem variar entre 10-30 sessões (ou mais,
dependendo
do transtorno).
Qual a
diferença
entre Biofeedback e Neurofeedback?
O
sinal fisiológico que aprendemos a controlar é o
que diferencia as
modalidades de biofeedback. São elas:
GSR biofeedback, eletrodermal ou de
resposta
galvânica da pele: Nessa modalidade, o sinal
fisiológico captado é a
resposta elétrica de condutividade entre a pele e o sensor,
ou a
resposta de resistência. Essa resposta corporal é
muito sensível a
alterações emocionais. Dependendo do nosso estado
emocional, a resposta
de condutividade da pele varia. O treinamento em GSR biofeedback
é
muito recomendado para transtornos de ansiedade e de estresse, em que
são percebidos benefícios a partir da
redução da ativação da
resposta
autonômica do sistema nervoso simpático.
Biofeedback termal ou de
temperatura
periférica: Nessa modalidade, o sinal fisiológico
captado é a
temperatura. Quando ativamos nossas respostas de defesa, como ocorre em
situações de estresse, os vasos se contraem e a
temperatura tende a
cair. Quando estamos mais relaxados, realizando atividades prazerosas e
tranquilas, os vasos dilatam e a temperatura nas extremidades tende a
aumentar. Bastante recomendado para pessoas com sintomas
suscetíveis à
técnicas de relaxamento e também no tratamento de
distúrbios vasculares
específicos.
Biofeedback cardiovascular ou
VFC
biofeedback: Nessa modalidade, o sinal fisiológico captado
é batimento
cardiovascular, mais precisamente a variabilidade entre os batimentos
(intervalo RR). Através do monitoramento da variabilidade da
frequência
cardíaca (VFC) é possível obter
indicadores relacionados ao equilíbrio
de nossos sistemas de defesa e relaxamento. A terapia envolvendo VFC
biofeedback é uma forma fácil e não
invasiva de gerenciar transtornos e
sintomas relacionados a diferentes estados psicológicos como
estresse,
ansiedade, depressão, hipertensão e enxaqueca.
Neurofeedback: O
neurofeedback é uma
modalidade de biofeedback que trabalha com sinais
fisiológicos do
cérebro para aprendizagem e
modificação do comportamento. Aqui
serão
apresentadas duas sub-modalidades de neurofeedback: HEG e EEG.
1. HEG Neurofeedback ou
hematoencefalográfico:
Nessa modalidade, a dinâmica sanguínea
(vascularização, volume
sanguíneo, oxigenação ou temperatura)
de uma região cerebral é
monitorada. O princípio de funcionamento nessa modalidade
é aumentar a
vascularização sanguínea de certas
regiões para melhora no desempenho
ou remissão de sintomas. Tem sido utilizada para aumento da
perfusão
pré-frontal, com resultados significativos na melhora das
funções
cognitivas (como atenção,
concentração e funções
executivas),
emocionais e com enxaquecas (tipo migrânea);
2. EEG Neurofeedback ou
eletroencefalográfico: Essa
modalidade de biofeedback ocorre através do monitoramento
das respostas
de ativação cortical (EEG), mensuradas
através da caixa craniana, por
sensores extracranianos posicionados no couro cabeludo. O
cérebro
apresenta padrões de ondas, relacionados aos diferentes
estados
psicofisiológicos:
- Ondas delta (0,5- 4Hz) são encontradas em estado de sono
profundo,
mais evidentes no estado 3 do sono, e estão relacionadas
à ativação do
tronco cerebral;
- Ondas teta são associadas com pensamento criativo e com
estados
aprofundados de consciência (durante a
meditação). O excesso, em
vigília, está associado à
sonolência e problemas de atenção. Teta
pode
ser dividida em teta1 (4-6Hz) e teta2 (6-8Hz), sendo a primeira
associado a ativação do tronco cerebral, como
delta, e a segunda à
atividade do hipocampo, como durante funções
mnemônicas.
- Ondas alfa (8-12Hz) são associadas com estados de
relaxamento e
consciência. Pesquisas têm demonstrado que o ritmo
alfa é originado nas
células que imprimem ritmo (pacemaker cells) do
tálamo, sendo seu pico
esperado em torno de 10Hz. É a frequência
predominante nas áreas
posteriores do cérebro, por isso também
é conhecida como ritmo
dominante posterior (posterior dominant rhythm). Espera-se
também maior
quantidade de alfa no hemisfério não dominante.
Pode ser separada em
duas faixas: alfa baixo (8-10 Hz) e alfa alto (10-12 Hz).
- Ondas beta estão associadas ao estado de
vigília, e é conhecida como
uma frequência de ativação cortical,
refletindo atividades específicas
de regiões do córtex cerebral. É a
onda que predomina quando existe
esforço mental/intelectual. São divididas em
três padrões: beta 1
(12-15 Hz), beta 2 (15-21 Hz) e beta 3 (21-38 Hz). Quando o ritmo 12-15
Hz é verificado na região central, ele
é chamado de ritmo sensório
motor (RSM ou SMR em inglês), um dos ritmos mais treinados em
neurofeedback. Acima de 23 Hz ela está associada com estados
de
ansiedade, vigília excessiva e
irritação. Ondas rápidas como beta
devem
ser predominantes no hemisfério dominante, pois
estão associadas com
processamento de informações, especialmente
palavras. Excesso de ondas
beta no hemisfério direito pode representar ansiedade.
- Ondas gama têm sido relacionadas à
ativação cortical e talâmica,
sendo responsável pela percepção e
consciência.
Material produzido pela Dra. July Silveira Gomes, parceira do INSCA.
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